segunda-feira, 13 de agosto de 2012

AGINDO COM SABEDORIA - Retratos Antagônicos de uma mesma Instituição

Última postagem:  Apenas, ou " A 'penas' o Cantor"




A Lição bíblica desse domingo falava sobre a "Divisão Espiritual no Lar", estava eu lá no O Balido (sempre vou lá) lendo o comentário tecido pelo Pr. Judson Canto quando li algo que me chamou a atenção, o Pr. dizia que um de seus filhos se diz ateu, e embora os dois no momento possuam opiniões tão divergentes sobre Deus, relata o Pr. que o "Amor e a Cordialidade entre eles Nunca foram alterados"

Mas não foi o fato de o Pr. ter um filho que se declara ateu que me chamou a atenção, e sim a atitude do Pr. e pai, (ou pai e Pr.) em relação ao comportamento de seu filho.

O fato de ele ser ateu não me chamou a atenção tendo em vista que eu mesmo durante muitos anos fui e acabei com uma Bílbia na mão confessando o Sr. Jesus como único e suficiente Salvador.

Mas a atitude do Pr. Judson em relação a essa situação é digna de reflexão, ainda mais em dias que a imagens dos líderes espirituais da igreja é arranhada pelos mais variados escândalos, e cada vez mais membros se decepcionam com seus pastores e esses por sua vez tentam a todo custo preservar sua imagem como líderes exemplares em tudo. 

Vale ressaltar que muitos membros tem uma visão distorcida do que é ser um Pastor, eles olham para esses homens como perfeitos mensageiros de Deus, imaculados e incapazes de cometer erros. E quem lê a Bíblia sabe que eles são homens falhos e sujeitos a erros e imperfeições, o que não diminue em nada seu valor diante de Deus quando estes tem um coração contrito e derramam-se na presença de Deus.

Mas como eu dizia, chamou-me a atenção a atitude do Pr. Judson, por fazer-me recordar de uma das heranças neuróticas da igreja que tinem nos templos assembleianos e similares por aí afora.

Pr Judson diz:
Eu mesmo tenho um filho que se declara ateu
- No entanto, o amor e a cordialidade entre nós nunca foram alterados.

Agora rela o que uns três anos para cá vi, ouvi, pasmei e fiquei enojado.

No último campo em que congreguei, antes da emancipação durante a última reunião foi abordado um tema (além do tema da emancipação) que sugeria uma situação semelhante a vivida entre o Pr. Judson e seu filho, ou seja filhos que não tem um comportamento que sugere a igreja seja adequado para um filho de obreiro, e como já citado no texto do próprio Judson, se afirmava veementemente que "tudo se resumia a sujeitá-los".

Para ser mais exato e preciso, vou relatar como surgiu o assunto:

O Pr. Presidente do Campo, de posse da palavra disse que estava preocupado com as vestimentas (tema batido) que haviam surgido na última moda e que eles deveriam ali em conjunto decidir que atitudes tomar.
 O que acontecia era que haviam surgido as "legs" ou "veste legs" que de cor escura e coladas ao corpo as jovens usavam por baixo de suas saias.
O Pr. dizia que não se toleraria tal comportamento, e perguntou o que se deveria fazer (como sempre retóricamente)
Depois de algum zum-zum-zum ele mesmo (como sempre) deu a resposta para a sua pergunta, tais jovens seriam disciplinadas!

Os escribas e fariseus, ops, digo, os obreiros favoráveis ao Pr. uns por compartilharem a mesma crença outros por puxa-saquismo aproveitaram para estender o assunto a outras variáveis como os jovens jogarem futebol e etc. Ao que um dos obreiros levantou e perguntou:

- Então pastor, e no meu caso que meu filho é de maior, trabalha, sustenta-se financeiramente sozinho e ainda ajuda nas despesas da casa?

Sabe qual a "sábia" resposta do então Pr. Presidente?

- Bota prá fora de casa! Enquanto estiver debaixo do seu teto, tem que se sujeitar ao que você impõe!

Mas o que me deixou mais triste do que essa declaração, foi ouvir alguns brados de glórias e aleluias diante dessa resposta do Pr., e ao final da reunião muitos elogiarem o "pulso firme" do principal condutor de tão delicado rebanho...

Então foi que levantou um presbíto e com os olhos faíscando questionou:

- Tá Pr. e os obreiros que tem TV em casa como é que fica? Se os membros vão para a disciplina e o obreiro que tem que dar o exemplo?

Responde o Pr.:

- Não prega mais, aliás não é para chamar nem para fazer uma oração!

- E o cidadão sentou com um sorriso de satisfação na face e os olhos agora brilhando, e é claro dando glórias!



Arrumei alguns desafetos naquele dia ao dizer que tal reunião me lembrou em muito as dos fariseus procurando os erros para com prazer condenar.


Disse ainda que estava aliviado por ser a última reunião naquele campo, visto que emacipávamos, por outro lado fiquei pesaroso ao pensar nos fardos pesados e difíceis de levar atados e postos as costas da frágil membresia que ali ficava sujeita a tirania de um déspota espiritual. 

Por aí vemos um despreparo por parte da liderança, e não raras vezes já vi quando nas lições bíblicas são feitas tentativas de corrigir esses conceitos absurdos que a igreja herdou por tradição e não por embasamento nas Sagradas Escrituras, que mesmo com muito embasamento bíblico, tais líderes literalmente distorcem-na a seu bel prazer...

Parece que a tradição vale mais que a própria Bíblia.

Quanto a mim, campo emancipado, liderança nova, templo novo e velhos e absurdos erros...

Não deu mais...

Como dizia o saudoso Irmão Jacó lá de Correia Pinto:

- Arrancaram a lã e ainda estão arranhando o couro das pobres ovelhas...