quinta-feira, 22 de julho de 2010

"Novo" Templo de Salomão deve custar R$ 200 milhões...

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Templo será construído pela Igreja Universal do Reino de Deus
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A sede mundial da Igreja Universal terá 12 andares, 2 subsolos e capacidade para 10 mil pessoas sentadas. Ocupará uma área de 23.194 metros quadrados e está orçada em R$ 200 milhões.

Será uma réplica exata do Templo de Salomão e para erguê-la já foram comprados 24 imóveis na Celso Garcia, na João Boemer e na Júlio César da Silva. Muitos foram demolidos. Sobraram apenas as paredes de frente para a via pública que servem para cercar o terreno.


Mas há ainda um prédio e algumas poucas casas que não foram compradas pela Universal. Hoje, o terreno é utilizado como estacionamento para funcionários e frequentadores de outra igreja da Iurd, que fica na Avenida Celso Garcia.

Macedo. Em seu blog, o fundador da Universal, Edir Macedo, diz que o novo Templo de Salomão terá 126 metros de comprimento e 104 metros de largura e vai "superar o maior templo da Igreja Católica" de São Paulo, a Catedral da Sé. Entretanto, as torres da Sé chegam a 93 metros de altura, com 111 metros de comprimento e 46 metros de largura (veja abaixo). O prédio da Universal terá 55 metros de altura.

Para o blog de Edir Macedo, o arquiteto responsável, Rogério Silva de Araújo, disse que o novo empreendimento "é arrojado" e empregará "tecnologia de ponta para que, quando as pessoas entrem no local, viajem pelo tempo e sintam-se como se estivessem no primeiro templo construído por Salomão". Procurada, a direção da IURD não se pronunciou a respeito da obra.

O complexo contará com 36 escolas bíblicas com capacidade para 1,3 mil crianças, lojas, estúdios de rádios e televisão, um auditório para 500 pessoas, além de um amplo estacionamento para mais de 1,5 mil veículos. Segundo o projeto, serão utilizados materiais reciclados e regionais de alta tecnologia para proporcionar o uso racional de energia elétrica, além da reutilização de água.

Está previsto um memorial na área externa, com 250 metros quadrados. Esse local deverá ser usado como espaço para exposições e eventos. "Começando pela fachada, passando pelo átrio e chegando internamente na nave, criamos uma visão de maneira a remeter as pessoas ao passado. Para tanto, estamos valendo de toda tecnologia de ponta associada ao bom senso na arquitetura de maneira a não criar este choque de épocas", comentou o arquiteto.

Ouro. Macedo escreveu ainda que "o local não será de ouro, mas as riquezas de detalhes empregados em cada parte do templo serão muito parecidas com os do antigo santuário".
Em troca de megatemplo, igreja vai fazer obras para aliviar trânsito no Brás

Um terreno no quadrilátero formado pela Avenida Celso Gracia e pelas Ruas Júlio César da Silva, João Boemer e Behring vai abrigar uma igreja e a nova sede mundial da Igreja Universal. As obras do novo templo, que ainda não tiveram início, já receberam licença da Prefeitura. A previsão é concluí-las até 2014.

Para amenizar o impacto no trânsito, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) determinou basicamente a colocação de semáforos para travessia de pedestres e sinalização no entorno. As medidas obedecem leis vigentes de 1987 - a certidão de diretrizes de trânsito para o novo empreendimento foi emitida pela companhia em 2008.

Deverão ser instalados semáforos e equipamentos para travessia de pedestres em vários cruzamentos próximos do conglomerado, com rede interligada. Será preciso ainda instalar guias rebaixadas para deficientes físicos, câmera com gravador de DVD em poste integrado ao sistema de controle da CET, iluminação específica nas faixas de pedestres em alguns cruzamentos, melhorar e implementar sinalização no solo das vias próximas e também sinalização vertical (placas), além de gradil para direcionar pedestres às faixas. Deverá também ser feito um convênio permanente para estacionamento de 50 ônibus fretados nas redondezas.

Especialistas. Mas impacto no trânsito não envolve apenas as vias no entorno, mas as ruas próximas e também o transporte público, segundo especialistas em trânsito. "As medidas recomendadas pela CET vão dar segurança pontual nas vias ao lado da nova igreja. Mas os pontos próximos terão problemas", observa o engenheiro de tráfego e ex-técnico da CET Alexandre Zum Winkel.

Ele destaca que o maior impacto será sentido nos horários de entrada e saída dos cultos e os gargalos vão ter reflexos pela região central. "O impacto será elevado porque haverá concentração tanto de carros e ônibus como também de usuários de transporte coletivo, principalmente dos ônibus que fazem linha na Avenida Celso Garcia", explica Winkel.

"Na Celso Garcia, não passa mais do que 800 veículos por hora e por faixa num semáforo. Imagina quando o volume de veículos crescer, com o pessoal indo para os cultos. Ficará travado, a não ser que se faça uma operação especial nas redondezas e se deixe os semáforos abertos", diz o consultor Horácio Figueira.

Para entender

O Templo de Salomão foi o primeiro templo religioso de Jerusalém. Foi erguido no século 11 antes de Cristo. O rei Salomão começou a construção no quarto ano de seu reinado seguindo o plano arquitetônico transmitido pelo rei Davi, seu pai. Foram usados, conforme o relato registrado na Bíblia, 360 mil quilos de ouro e prata na construção e na ornamentação.

No ano 587 a.C., os babilônios tomaram Jerusalém e queimaram o templo. Décadas depois, ele foi reconstruído, mas acabou destruído no século 1.º. Hoje, a única parte que restou é o Muro das Lamentações, considerado sagrado pelos judeus

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Um choque de humildade: quem se habilita?

 

Um choque de humildade: quem se habilita?

Por Judson Canto
O pastor Geremias do Couto acabou de publicar Uma campanha para mudar a igreja. Acontece que tive uma ideia muito parecida, e, para não tornar vão o esforço que impus aos meus dezessete neurônios, vou publicar o artigo assim mesmo. Algumas sugestões são quase idênticas. Talvez a diferença principal esteja na perspectiva: enquanto o artigo dele parece refletir a detecção de problemas estruturais profundos nas Assembleias de Deus, tarefa para a qual sem dúvida ele é mais qualificado, a matéria que publico aqui brotou da convicção de que o maior problema da liderança assembleiana hoje é a humildade, melhor dizendo, a falta dela.
Alguns de nossos líderes parecem achar que já se instalaram “acima das estrelas de Deus”, enquanto outros, nos estratos inferiores, fazem de tudo para chegar lá. E esse mal não é exclusividade de membros de convenções e pastores-presidentes. Faça o teste nos departamentos de sua igreja, mesmo aqueles considerados os mais espirituais, e entenderá o que quero dizer. Na verdade, basta ler abaixo as propostas referentes a eles para perceber como é difícil o desafio — e como é necessário o choque de humildade proposto aqui. O que sugiro, portanto, é uma abstinência de vaidade pelo período de pelo menos um ano.
Não tendo o mesmo prestígio do meu amigo Geremias nos currais da denominação, emito este fraco balido à guisa de complemento, na esperança de que ainda haja pastores preocupados com o rebanho a ponto de encarar o desafio.
Os pastores e demais líderes não vão mais comemorar aniversário na igreja. Além de tomar um tempo que poderia ser usado para coisas mais edificantes e quase matar o povo de tédio, cada vez mais esses festejos têm servido a propósitos políticos dentro da denominação, em todos os níveis. Parece que todo pastor hoje quer aparecer no blog do presidente da CGADB.
Banir os políticos do púlpito e nem pensar em aceitar promessas, favores ou facilitações naquelas reuniões de gabinete, onde o comportamento de certos pastores faria corar a quadrilha do mensalão. Em vez disso, devem denunciar os corruptores.
Não mencionar no púlpito, no blog, onde for, o nome de uma sigla sequer. No máximo, o nome da denominação. O choque de humildade visa, entre outras medidas, combater o “orgulho convencional”. Percebo que alguns pastores, embora inconformados com a politicagem denominacional, não abrem mão de ter uma sigla acoplada ao nome. Já vi até adolescente se identificando pela convenção regional. Minha conclusão é que, se a política não for esquecida por um tempo, esses hábitos continuarão alimentando as vaidades que esta proposta pretende combater.
Já que desejamos tanto a unidade da denominação, a igreja deve ser identificada apenas pelo nome Assembleia de Deus. Portanto, quem aceitar o desafio deve tirar da placa da igreja o nome do pastor-presidente, do ministério e da convenção a que a igreja pertence. (Essa eu quero ver.)
Nenhum departamento realizará festas de aniversário, nem confraternizações, nem pré-confraternizações. (Quem inventou essas “prés”, meu Deus? Preciso escrever um artigo esculachando.) Cada um vai se limitar a exercer o seu ministério sem pensar em autopromoção, pessoal ou coletiva, e se alegrar com os resultados, que com certeza serão melhores.
Como exemplo, vou dar a receita do choque de humildade para o círculo de oração (surpresa!). Sugiro que as amadas irmãs se limitem a orar e que, para fazer jus ao nome, assumam uma boa carga de oração, não uma reuniãozinha semanal que ainda tem de dar espaço para o ensaio dos hinos. Por falar nisso, nada de desfilar garbosamente pelos corredores da igreja no domingo, empunhando aqueles caderninhos encapados e ainda ocupando lugar especial para cantar hinos da Cassiane. O círculo de oração deve tão somente orar. Ah, e nem preciso dizer que devem aposentar os uniformes. (Não falei que injetar humildade nos departamentos ia ser difícil?)
Nenhum pregador ou cantor profissional será convidado para animar festas, pois não haverá festas, lembra-se? Aproveite para incentivar os valores locais. Um único cachê de cantor pode pagar o teclado que a orquestra está precisando, os recursos didáticos para a classe de escola dominical das crianças ou a reforma daquele banheiro malcheiroso. Por que não direcionar os recursos das festas para criar, por exemplo, uma escola de homilética gratuita para jovens promissores?  Alguém já fez a conta de quanto dinheiro escoam dos cofres da igreja para as dezenas de eventos inúteis realizados anos após ano?
Caso a igreja tenha deficiência no ensino, ela pode convidar um ensinador. Sim, é uma revolução: o povo se reunirá num culto ou numa série de reuniões com o único propósito de aprender a Palavra de Deus. O tema do estudo bíblico será decidido conforme a necessidade da igreja (um pastor que se importa com o rebanho deve saber do que ela está precisando). A igreja não pagará cachê, mas cobrirá as despesas e dará ao convidado uma oferta condizente com a dignidade desse ministério. Pode-se com isso até fomentar uma nova geração de ensinadores.
Como se pode ver, são medidas simples, mas não digo que sejam fáceis. Então, repito a pergunta do título: quem se habilita?